quinta-feira, janeiro 10, 2013

Escuro

É escuro o agora, e indefinido o amanhã.
Que mais há a fazer para dar luz à sombra?

A memória, tal como a esperança, é inimiga da tranquilidade.

E afinal, de que serve o sonho? De que serve a paixão? De que serve a vontade?

É a vida mais do que a constante fuga de buracos escuros para os quais caímos?
É a vida mais do que a constante resignação a sucessivas desilusões?
É a vida mais do que a constante tentativa de esquecer o que se sonha?

É muito escuro o agora, e pode ser ainda mais escuro o amanhã.

O fim não deve ser uma saída, mas seria sem dúvida uma tranquilidade.

Talvez esquecendo o sonho se poderá fugir do escuro, talvez assim se evite o fim prematuro.

Talvez morrer por dentro, para evitar morrer por completo.

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