sexta-feira, novembro 18, 2005

A flor vermelha e o chapéu amarelo

Era uma vez uma menina de vestido verde, chapéu amarelo, meias brancas e sapatos pretos que todas as tardes gostava de brincar à frente da sua casa, à beira do rio. Saltava e rolava entre lindos campos de uma intensamente verde relva e entre amorosas flores brancas, sempre com altas e belas montanhas como paisagem de fundo. Todo este cenário inspirava infantilidade e alegria, resultado das suas brincadeiras, canções, imaginações, …

Entregava todo o seu tempo a conquistar lugar naquele sítio perfeito que fica para lá da imaginação: a felicidade. Para quê procurar por mais se tudo aquilo que ela queria estava ali? Para quê fugir da alegria se ela se encontrava no seu mais puro estado naquele lugar?

E assim se iam passando os seus infinitos dias…

No entanto, anos mais tarde, numa agradável tarde de Primavera, a menina reparou numa flor que tinha florescido do lado de lá do rio. Reparou o quão era bonita a vermelha figura que se lhe deparava. Cobiçava os seus traços, a sua figura, a sua novidade, a sua inevitabilidade…

Preparava-se então para atravessar o rio, detendo-se no último momento, pois lembrou-se que não era boa nadadora. Olhou firmemente para o rio e, decidida em levar a sua ideia avante, entrou na gélida água do rio e iniciou a sua travessia.

Mas algo começou a correr muito mal… A corrente era fortíssima, impedindo-a de seguir nas melhores condições. Cambaleava, cambaleava, e a água começava agora a ameaçar tapá-la. Chegou então a um ponto em que se apercebeu que se não voltasse para trás naquele momento nunca mais conseguiria regressar. Decidiu parar por uns momentos e enquanto lutava contra a corrente reflectia sobre a sua situação. Foi então que escorregou numa pedra e o seu chapéu amarelo foi levado pela força das águas. Soltou de seguida pesadas lágrimas para a água do rio…

Olhou então para a flor e avançou em sérias dificuldades em direcção à margem. Estava confiante que iria levar a melhor sobre a corrente, mas tal não aconteceu. Numa forte estocada, a água derrubou a menina e levou-a rio abaixo, afogando a sua infantilidade, que escapava fugazmente pelas águas.

E foi assim que a menina contou a história muitos anos mais tarde…

4 comentários:

Ana Margarida Cinza disse...

uma metáfora magnifica...não sabia que escrevias, e, ainda por cima, assim tão bem!!

"Para quê procurar por mais se tudo aquilo que ela queria estava ali?" Quantas vezes não nos sentimos assim e, tal como a menina, ousamos ostentar o outro lado da vida e lutar por algo que cobiçamos e desejamos?

Adorei o texto mesmo!!!Vou-te adicionar nos meus favoritos :D

Guga777 disse...

Agradeço profundamente. Também adorei o teu blog, por isso vou retribuir o favor. :)

Anónimo disse...

curti bue o teu blog, principalmente esta historia k aki meteste.. ta mt fixe mm
abraços..
continua a postar ;)

Anónimo disse...

Acho que devias escrever um livro com todas as tuas ideias e oferecer aos amigos!Acredita que ia ficar espectacular!!!pensa nisso...bjokas